Um pouco de tradução

Ana Slompo
5 min readJul 15, 2021

Nas últimas semanas ando lendo uma série japonesa de light novels chamada Classroom of the elite, escrita por Shōgo Kinugasa e ilustrada por Shunsaku Tomose.

Como essa história não é publicada no Brasil, resolvi trazer o comecinho dela traduzido por mim aqui.

Como é só o início e não tenho intenção nenhuma de ganhar nada com isso (só mostrar minha habilidade de tradução), acredito não violar nenhum direito autoral.

Lembro a todos que, sempre que existir a possibilidade, apoiem autores e artistas na compra e divulgação de obras.

Segue aqui também a sinopse da história a partir da página da Wikipédia:

Em um futuro não muito distante, o governo japonês estabeleceu a Tokyo Metropolitan Advanced Nurturing School, dedicada a instruir e formar a geração de pessoas que sustentarão o país no futuro. Os alunos recebem um alto grau de liberdade a fim de imitar a vida real o mais próximo possível.

A história segue a perspectiva de Ayanokōji Kiyotaka, um garoto quieto e despretensioso que não é bom em fazer amizades e prefere manter distância.

Chapter 1: The Structure of Japanese Society

I know this is kind of sudden, but, please, it will only take a moment. I want your honest opinion.

Are people equal or not?

A proper society will constantly strive for equality. There are those who clamor for men and women to always be considered equal. As a result, we raised the employment rate for women, we made specialized subway cars only for women. Sometimes, women will even argue over the order of names in a family register. The public opinion of people with disabilities has also changed. We’re now told that we should not use the term “disabled people” when referring to them, so as not to discriminate. Nowadays, children are taught that all people are created equal.

But is that true? I have my doubts. If men and women have different abilities, then their roles should also differ. People with disabilities are still disabled, no matter what polite euphemisms you use. No matter how you try to avert your eyes, the meaning of the world does not change.

So, my answer would be, “No, we are not equal”. To be human is to be unequal. Equality does not exist.

Long ago, in a bygone era, a great man said that heaven does not set one man above or bellow any other. However, he did not necessarily adhere to the idea that everyone is equal. Did you know that there is more to that famous passage? The rest goes like this: Everyone is equal when they are born, so I ask, why do we see differences in position and status? And it continues: Do you or do you not encourage learning to create a difference? So then, education creates an imbalance. The point’s spelled out there, in the incredibly famous work Gakumon no Sume. Even though this is the year 2015, the modern era, nothing about these teachings has changed. The situation has only grown more complex and fraught.

In any case, we are human beings. We are living, thinking creatures.

I don’t think it right to simply say that we are unequal and then live our lives based on pure instinct. In other words, though “equality” Is a complete lie, we cannot accept inequality, either. Right now, I’m trying to come up with a new answer for humanity’s eternal question.

Hey, you there? You, the one reading this book right now. Have you ever given serious thought to the future?

Have you ever considered the purpose of going to high school or to college? Though the future may seem hazy right now, do you think you’ll find a job someday? That’s what I used to think. Back when I finished my compulsory education and became a high school student, I hadn’t really considered the future. I’d only felt joy at being nearly free of obligation. I didn’t consider the incredible influence that school would continue to have in my life, on my future. I didn’t even understand the purpose behind studying language or numbers.

Capítulo 1: A Estrutura da Sociedade Japonesa

Sei que isto veio meio do nada, mas, por favor, não vai demorar muito. Eu quero sua opinião sincera.

As pessoas são iguais ou não?

Uma sociedade adequada luta constantemente por igualdade. Há quem clame que homens e mulheres devem sempre ser considerados iguais. Em consequência, as taxas de emprego para mulheres aumentaram, trens apenas para mulheres foram feitos no metrô. Às vezes, mulheres discutem sobre a ordem dos nomes no cartório. A opinião pública sobre as pessoas com deficiências também mudou. Nos dizem que agora não podemos usar o termo “pessoas com deficiência” quando nos referimos a elas, para não discriminar. Hoje em dia, crianças são ensinadas que todas as pessoas são criadas iguais.

Mas isso é verdade? Tenho minhas dúvidas. Se homens e mulheres têm capacidades diferentes, então os seus papéis também devem ser diferentes. Pessoas com deficiência continuam deficientes, independentemente dos eufemismos educados que sejam usados. Não importa como você tenta desviar seu olhar, o significado do mundo não muda.

Então, minha resposta seria: “Não, não somos iguais”. Ser humano é ser desigual. A igualdade não existe.

Há muito tempo, numa era passada, um grande homem disse que o céu não coloca um homem acima ou abaixo de qualquer outro. No entanto, ele não necessariamente adotou a ideia de que todos são iguais. Você sabia que tem mais nessa passagem famosa? O resto é assim: Todos são iguais quando nascem, então eu pergunto, por que vemos diferenças de posição e status? E continua: Você encoraja ou não aprender para fazer uma diferença? Então, a educação cria um desequilíbrio. O ponto está escrito bem ali, na incrivelmente famosa obra Gakumon no Sume. Mesmo estando agora em 2015, na era moderna, nada mudou sobre esses ensinamentos. A situação só se tornou mais complexa e tensa.

Em todo o caso, somos seres humanos. Somos criaturas vivas e pensantes.

Não me parece certo dizer simplesmente que somos desiguais e depois viver as nossas vidas com base em instinto puro. Em outras palavras, embora “igualdade” seja uma completa mentira, também não podemos aceitar a desigualdade. Neste momento, estou tentando encontrar uma nova resposta para a eterna pergunta da humanidade.

Ei, você ainda tá aí? Você, que está lendo este livro agora. Você já pensou seriamente sobre o futuro?

Você já pensou no propósito de ir para o ensino médio ou para a faculdade? Embora o futuro possa parecer confuso agora, você acha que um dia vai achar um emprego? Era o que eu pensava. Quando terminei a minha educação obrigatória e me tornei um estudante do ensino médio, eu não tinha realmente considerado o futuro. Só senti satisfação por estar quase livre de obrigações. Não considerei a grande influência que a escola continuaria tendo na minha vida, no meu futuro. Eu nem sequer entendia o propósito por trás de estudar linguagem ou números.

--

--