Um breve resumo de “Ação”, segundo o Dicionário de Análise do Discurso

Ana Slompo
2 min readApr 12, 2023

Neste texto faço um resumo da já breve entrada sobre “ação” no Dicionário de Análise do Discurso. Aqui você encontrará explicações simples de cinco perspectivas, sendo elas: psicológica, análise conversacional, sociofilosófica, psicologia social da linguagem e linguística do discurso.

Para algumas perspectivas psicológicas, a ação é descrita por sua finalidade, sendo intencional e parte de um plano de ação. Ela também pode ser uma regulação, dentro de um quadro intersubjetivo a partir de uma interação, como o é para a pragmática. Assim, temos uma teoria psicológica da ação, relacionada com o princípio interacional.

Para a análise conversacional, dentro da etnometodologia, é postulado um quadro intersubjetivo em que se constrói o sentido a partir das intenções e interesses daqueles envolvidos na troca conversacional. Como a finalidade, nessa perspectiva, é a intercompreensão, há a intenção de descrever os processos de ritualização.

Já em uma perspectiva sociofilosófica, como a de Habermas, a teoria da linguagem deve estar inscrita dentro de uma teoria da ação, denominada por ele de “agir comunicacional”. Nessa teoria, toda ação é teleológica, pois os atores sociais usam estratégias para alcançar um consenso. Também é regulada, pois a ação também depende das normas do grupo. E intersubjetiva, pois os atores mostram certa imagem de si com a intenção de produzir certo efeito.

Segundo uma abordagem da psicologia social da linguagem, toda ação humana é uma atividade social, pois sua orientação sempre é relevante socialmente. Assim, é interacional e intersubjetiva. Nessa teoria, o agir comunicacional é parte da teoria da interação simbólica. Então, para agir de forma comunicacional, é preciso que os envolvidos na comunicação definam as metas de interação. Para cognitivistas, categorizações e esquematizações de situações e acontecimentos de certa forma partilhados são necessários como conhecimentos comuns para o desenvolvimento da comunicação. Dessa forma, existem objetivos para a ação comunicacional, que podem ser articulados ao se levar em conta as motivações dos atores.

Por fim, para uma linguística do discurso, a ação pode ser considerada: um conjunto de fatos que levam a certo resultado e cuja motivação pode ser descrita; como um objeto na construção de uma narrativa, em que os processos e actantes podem ser descritos; como um resultado do ato de fala (ato performativo); ou um comportamento que influencia os envolvidos no ato e que muda seus estados.

Referência: CHARAUDEAU, P.; MAINGUENEAU, D. Dicionário de análise do discurso. Trad. e Coord. Fabiana Komesu. 3 ed. São Paulo: Contexto, 2018.

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