A reedição de Drácula e de O diário de Anne Frank #DiscursoLiterário

Ana Slompo
3 min readJan 10, 2021

Oi, leitores! Venho essa semana com o último texto da série Discurso Literário, desenvolvida a partir da disciplina Discurso Literário: Criação, Edição e Consumo, ministrada pela professora Luciana Salazar Salgado. Antes de tudo queria dizer que esse percurso de aprendizado foi incrível, me proporcionando a possibilidade de desenvolver minhas habilidades críticas, além de maior conhecimento das teorias propostas. Para que tenhamos mais aulas maravilhosas como essa e mais atividades avaliativas tão interessantes quanto a escrita em blogs e produção de vídeos!

Para fechar com chave de ouro, então, vou falar um pouco sobre o trabalho de reedição de alguns colegas. Sim, eu sei que eu só precisava falar de um… mas assistindo aos vídeos e lendo as postagens não consegui não relacionar certos projetos… Então vou falar deles.

O primeiro projeto que me chamou a atenção é o do Thiago Carvalho Gonçalves. Ele propôs uma edição totalmente incrível para Drácula, que é um romance epistolar, formado por cartas, anotações em diários, memorandos, noticias de jornal e telegramas. Esses elementos são organizados de forma cronológica no livro.

A ideia dele é

retirar esses textos do objeto livro e transpô-los nos objetos que dizem ser (cartas, diários, telegramas…) e coloca-los todos em uma caixa.

Assim, o leitor teria a função de organizá-los para conhecer a história a ser contada. Não sei vocês, mas esse parece para mim um trabalho muito divertido. Então, como o Thiago fala em seu blog e eu concordo,

Acredito que o texto de Drácula, justamente por ser tão reconhecido e republicado, é um texto que deva ser brincado de formas diferentes. Dessa forma, mais reflexões possam surgir a partir dele, novas leituras e novas experiências. A caixa Drácula nunca substituirá o(s) livro(s) Drácula(s), mas pode expandir a maneira do leitor experienciar o texto.

(Olha, Thiago, adorei sua ideia, se for propor pra uma editora e precisar de ajuda me chama que eu topo).

Vídeo A caixa Drácula — Um novo mídium para um clássico

Uma coisa que o Thiago falou no seu vídeo foi sobre o uso de fontes que lembrem a letra cursiva nesses objetos que comporiam o objeto e isso me fez pensar na proposta de reedição da Leticia Tizioto. Ela propõe uma nova edição para O Diário de Anne Frank, mudando sua capa, material de impressão e… a fonte.

Ela também fala desse uso de fontes parecidas com letras escritas a mão mesmo, mas para as entradas do começo e final do diário, como datas e assinaturas, para que não haja interferência na compreensão do leitor, já que essas fontes demandam mais atenção e cuidado para serem lidas.

Vídeo Reflexões para reedição do livro “O diário de Anne Frank”

Acho que essa mesma proposta pode ser seguida para a edição de Drácula. É uma forma de não encarecer tanto a produção, caso em vez de serem usadas fontes que pareçam letra cursiva seja uma pessoa que escreva, e também é um jeito da leitura não ser dificultada. O uso dessa ferramenta de contextualização da obra para o mídium que ela derivou (pensando que o diário seria um mídium por si antes de virar um objeto editorial, a carta também — não sei se estou certa), é uma forma de trazer o leitor mais perto da história, de inseri-lo num lugar fora do mundo e, por que não, um lugar heterotópico.

Nota: Obrigada por me acompanharem até aqui, queridos colegas de ensino não presencial! Se quiserem continuar inscritos nesse blog fiquem a vontade, pretendo continuar publicando coisas diversas, tanto assuntos teóricos quanto pequenos textos e poemas. Tchau!

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